a bailarina só

Já são 19h de domingo quando volto pra casa;

exausta, acabada, alongada e devidamente ensaiada depois de um dia na companhia

Mas ainda sim, amo dançar, e sou forte, aguento firme!

O espetáculo está próximo, os últimos ajustes devem ser feitos

e tudo me cai como uma distração, no momento necessária

Quando volto no ônibus, de noite, sozinha;

Quando chego em casa, preparo alguma coisa pra comer,

tiro logo os sapatos,

entro na Internet e preparo meu roteiro para o dia seguinte;

Mas é inevitável a falta, a saudade

Me lembro do meu avô que se foi recentemente,

meu querido artista que me ensinou muito sem precisar de nada concreto para demonstrar seu afeto;

Era letrista e desenhista nato, bondoso, me deixou tão boas recordações....

Lembro-me também de um homem que estou apaixonada, que nem sequer faz questão de me ver, ou ter, ligar, encontrar, nada; reduzindo-me a um vento que passou.

Agora sinto uma incrível vontade de fumar, mas me controlo....

Desculpa!

É que parece que partes de mim estão tão longe, e fazem falta....

Acho que comecei a viver faz pouco tempo e me dei conta que não tenho nada

É incrível como as pessoas fazem diferença na nossa vida;

na minha não é diferente

Me contento em escrever, ensaiar, estudar, trabalhar,repetidas vezes, entorpecendo-me de tudo que distraia minha mente

A falta agora se conjuga no presente!