O que dizer?
Sai tão desconcertada com aquilo
Aquela pedra bruta
Um relato chocante
O lado mais frágil de um ser
Como qualquer outro ser
Como certos, que já fui
Mas assim, foi um parto
E eu, em minha posição de pronta escuta
Senti-me doula, parteira de uma força selvagem, contida
O sintoma que saia ensanguentado
Nutrido e alimentado por anos e anos
Finalmente cai no chão e se mostra feio e vivo
E a palavra que para ele pode ser dita
Enquanto o segurava em minhas mãos
O paciente dizia o que queria
E como o não, desejava, mas ainda sim
O reconhecia!
Sai de lá e me entorpeci, bebi!
Cheguei em casa e durante duas horas
Pari seu relato
O monstro então não era mais o mesmo da sessão
Demorei duas horas, parei diversas vezes
Pois este sintoma monstro é humano
E enquanto escrevia ele olhava pra mim
O que me dizia?