Thursday, September 8, 2011

Não liguem se eu desviar meu olhar
Só sou eu fugindo
Com a caravana de ciganos
Levantando poeira, apagando qualquer marca das rodas, das pegadas
Ou tentando ainda que sejam em lagrimas
Tentando apagar meus motivos
Minhas magoas, minhas desilusões, meus erros
Meus equívocos
Eu sonho d+, eu amo d+, e gosto d+
Eu tenho fome de tudo
Absolutamente tudo o que há de bom,
Logo me sinto faminta
Lançando um olhar triste e errante pelo mundo
Mas olhando só o que de fato me encanto
Eu sei quais os sabores e cores que me despertam todo o amor
Sei de cór
Mas aqui já cansada de tanta indiferença ou apenas eu que amei d+
Tive fome d+
Sede d+
Todos meus olhares, fome e desejos
Impossível não ser intensa, é da minha natureza
Mas afinal, quem liga?
 se eu desviar meu olhar
Só sou eu fugindo
Com a caravana de ciganos
Levantando poeira
apagando qualquer marca das rodas, das pegadas
Ou tentando
ainda que sejam em lagrimas

Tuesday, August 16, 2011

Haaa a vaidade
Há algo ai em comum, o investimento libidinal em si mesmo, a guerra de egos que se perpetua como única forma de garantir a vida longa
Um podium duvidoso e bem frágil
A vaidade é algo que nos mantém de pé mas é tão destrutiva...
Em português claro eu diria que a vaidade é a paixão, não por ninguém, mas por si mesmo, pelo ser magnífico que precisa ser alimentado de toda a sorte de carinhos e mimos, sem que doe nada em troca!
E ai, quando caímos certo momento da vida deste podium....
E Então quando começamos a endereçar esse libido todo ao mundo lá fora...não há mais necessidade de reter mesquinhamente seus pequenos súditos, amigos, amores, família, fontes egoístas de bajulação ou qualquer coisa do tipo
É um exercício e tanto novamente
E ai....nasce finalmente a liberdade, não no um sozinho....mas na comunhão , na pergunta e resposta, na doação da atenção, do afeto, sem exigir nada em troca...

Tuesday, August 9, 2011


Olhando os milhares de avatares e a flexibilidade de como nós nos transformamos é um exercício e tanto!
As caricaturas que adotamos, vestimos e como nos chamamos
Como nos olham, como nos tocam, como nos despimos de nossa armadura
Eu tive alguns insights ao me ver maquiada, vestida e pronta para ser a imagem fantástica de algum mundo imaginário e feliz
Eu vi aquilo que me faltava, exatamente o que eu precisava
O olhar do outro!
Somos iguais e tanto....
E o olhar que não recebo é exatamente do outro que tanto precisa
Psicologia e arte assim está para o olhar e o outro
Assim os amo!

Saturday, July 30, 2011








Eu n sei jogar
Eu n sei agir, n sei nem andar direito
Me equilibrar numa perna só
Eu n sei onde eu errei, n sei o que falar
N sei como ou quando falar
N sei nem se tem hora pra isso
N sei chegar
N sei ficar
N sei me declarar... isso eu n sei mesmo
Eu n sei se devo, se vou
N sei como me comportar
N sei se devo te dar, se será bom dar
Eu n sei o que você vai pensar
N sei se vc já está de partida
N sei como te mostrar, te encantar, te divertir
N sei se vc é que eu acho....
Eu n sei mais ter caso , eu n sei mais namorar ...
Eu n sei como é que se combina, n sei nem me controlar
Os pensamentos são tão reais e se realizam antes de eu dizer não
Eu n sei falar de sentimento, eu não acredito que eles existam fora do meu mundinho mental
Eu n sei sair dessa
É ,mais uma vez eu não sei o que fazer
E eu to vendo que vc vai passar
Assim como outros
E eu vou ficar aqui calada mais uma vez
Sentido uma falta brutal
Sem ainda saber o “por que” de nada
Mais uma vez.

Saturday, May 14, 2011

(Tragando lentamente o cigarro , e aparando as cinzas no cinzeiro)

Seu nome é Roberto Alencar de Carvalho

(Eu olhava aquela barba por fazer, o sugar do delicioso cigarro, ele não bebia nada além da água, mas não dispensava uma cerveja no fim de tarde.
Eu o vi mais a vontade do que estava acostumada, de chinelos, bermuda, ainda magro mais os cabelos que ocultavam as orelhas não eram o suficiente para ocultar as entradas da testa oleosa. Eram mechas lisas, castanho escuras, com fios brancos, e barba mal feita.
Era um homem que não se dava mas o trabalho de jogar.... era isso, só e tudo isso.
Meu professor de Filosofia)

Filosofia não dá dinheiro não, (e riu) brincadeira, menina ....

( pedi um cigarro, ele me estendeu o maço e o isqueiro)

...Então, acho que se formos por esse caminho você vai conseguir fazer um bom trabalho, tem muito material pra você ler, mas eu vou te passando aos poucos.

(sentou-se)

...É legal quando alguém de psicologia se interessa em estudar esse tema ... afinal o próprio Freud bebeu muito da obra de Nietzsche ... Você tá no caminho certo!

(eu respondi com um sorriso consciente e conversamos sobre outras coisas)

Era bom quando eu morava no Largo do Machado. Tinha uma vizinha minha que veio a estudar comigo no primário, casou-se com um cara da marinha, só que ela não podia trabalhar por causa dele, dava aulas de piano.
O Filho dela foi meu aluno em....., 78, 79... acho que era 78, foi quando eu me separei da minha segunda esposa e vim morar aqui em Laranjeiras.
Você vai gostar daqui, tem muito estudante morando por aqui, pelo menos que eu saiba. É barato! Você conhece o Diogo? Estuda no IFCS também, foi meu aluno...tá morando aqui perto também!

Quantas esposas eu tive,? (risos), tive duas, com a segunda eu tive o Bernardo e a Micaela. Micaela mora agora nos estados unidos, o Bernardo mora com a mãe.
Faz uns 6 anos que eu morei com a Marta, o que vocês chamam de juntar, ... então agente juntou! ela também era separada...

( uma tragada forte) ...Difícil você se separar nessa idade. Na idade de vocês qualquer rapaz e moça já é interessante, na minha época também;
Você conhecia a menina, puxava assunto, comentava da aula, chamava pra estudar junto discutia sobre Marx, dividia um baseado levava na festa que ia tocar a banda de uns amigos seus. O cara se sentia o rei do pedaço, o homem era muito diferente de hoje, do Jovem de hoje; e a mulher também...

( Me encantava com sua figura, como quem se encanta por um livro velho mais interessante, era realmente humano e sem lista de chamada, sem pedestal, estava ali naquela mesa de cozinha, naquele apartamento antigo e azulejos, um jovem cuja carne estampava os anos, cujos olhos estampavam suas histórias, e as prateleiras cheias de livros os quais dependeria muito ainda.

Conversamos boa parte da tarde, falei menos e o deixei falar sobre tudo o que viesse à mente, o ouvir não era nada comparado ao que me passara e a oportunidade de ver um homem mais velho despido de suas proteções, sua Soberba ou qualquer hierarquia que não o permita... ele estava ali, falando de si, me ajudando, me mudado apenas com seu livro aberto, seu cigarro e sua água; e o que exigiu de mim foi nada além da escuta inteligente, da condescendência e o resumo da próxima semana pronto.

Nunca um homem me deu tanto !

Por respeito não contarei aqui a história de Marta, e mudei os nomes, mas me sinto imensamente feliz de guardar comigo o legado real de um “juntar” mais forte do que o tempo possa suspeitar.

Mas uma coisa eu posso falar em tom de cochicho: ele também tinha aulas de piano ... mas nunca de fato aprendeu! )

Friday, April 29, 2011



........ estudar Francês em casa, Não Dá!






Por mais que a leitura seja boa, por mais que as conjugações dos verbos em francês mereçam minha atenção, vc me tirou esta Tão necessária atenção ... em algum lugar entre o partitivo e o J’ai...tu....tu....ascende e arrepia centos pensamentos, sabia?
Nem sei mais o que Há além dos dedos, tão habilidosos se espalhando livremente da nuca até as orelhas.
Um poder de me fazer gaguejar,
Me perder chez toi,
Perder a fala até as vogais ficarem assim ... mais compreensíveis
No óbvio linguajar monossilábico
Você não me deixou estudar e isso é imperdoável
Pegou com força a minha lógica e a jogou no chão, junto com caderno, caneta, agenda, textos de M. Laroche...
Coitados, felizes, descabelados e sorridentes
Corados...e bem despidos
Era folha pra tudo quanto era lado
Era felicidade por toda a casa
Mon corps, tua casa
Venha sempre entre moi et toi
Venha quando quiser...

Friday, April 15, 2011



Brumas


Fui para o alto de uma cachoeira mês passado

alguém pulou e me chamou

decidi depois de muito tempo que era hora de mergulhar

pulei de peito aberto

braços longos, felizes

um sorriso largo

......

..............

....................

.............

.....

E ai eu te pergundo: Alguém está lá?

hun... eu não vejo...

... e eu estou caindo!

Sunday, March 13, 2011


Pulando de galho em galho, pulando de flor em flor, pulando de sonho em sonho, pulando no carnaval, pulando os blocos, saltitando em Santa Tereza, Ipanema, Lapa
Pulando de tempo, pulando formalidades, pulando amores, pulando expectativa, e assim em saltos eu cresci e envelheci 2 anos, vivi duas vezes intensamente, amei antes e depois do carnaval, amei duas vezes, amei tudo, por várias vezes eu me deitei achando que não o veria mais, por duas noites eu me deitei sentindo –me completa, por duas vezes pude te sentir
São duas vidas, são tantas histórias
Eu pulei o carnaval, de galho em galho, mas meu coração sabe que eu gosto de ser mimada, sabe que prefiro não entender certas palavras ao silencio afogador...
O carnaval passou e a sensação que tenho é essa, um silencio afogador e abstinência
See you later, e se for forte, verei, basta você dizer sim!

Wednesday, March 2, 2011


Vc, entre meus pensamentos soltos...


“... nesses pensamentos maravilhosos de Santa Tereza e todo o meu desejo de viver a experiência de morar em um lugar que...”
“...é bom estar sentindo todos os meus músculos, e alguns doem dependendo do que preciso alongar, e a minha sapatilha que está já rasgando de tanto....”
“...que falamos de uma pós modernidade, mas é claro, sou convicta dos benefícios da internet...”
“ ...e as necessidades fisiologias como sexo, segundo o blog de uma amiga minha. Ela descreveu muito bem a visão de uma mulher...”
“...cujo sua lembrança luta para continuar viva, mas infelizmente tenho que sufocar minha vontade e meu desejo por ele, afinal...”
“...quem diz que vc é apenas um reflexo é vc, para mim, es um homem bom e de carne e osso, eu posso...”
“...até gostar de vc, e gostei bastante como demonstrei, não foi da boca pra fora meu menino, não costumo falar isso...”
“...em todas as águas derramadas, creio que há muito mais para derramar, então derrame logo e deixe eu ser o grão e o fruto verde que amadurece, posso dizer “bom dia” também?”
“ ...posso ser o que eu quiser enquanto querer...”

Tão difícil encontrar uma pessoa que combine tantas qualidades, mais difícil é aceitar que tudo foi um vento que passou, eu disse para as escadarias de Santa Tereza que as veria novamente e as verei!
Mesmo que doa, alongar-se no ballet é bom!
Mesmo que não o veja mais, minhas vontades são de carne e osso e meus pensamentos são livres e estarão abertos para vc se assim desejar. Eu o desejo Arlequim
!

Saturday, February 26, 2011




Se vc acha que um fim de tarde em Santa Tereza em suas ladeiras de paralelepipedo, debaixo de uma goiabeira, apreciando a marola e os amigos não é inspirador?
Então não quero te conhecer nunca!
Foi assim, esperando o ensaio de maracatú no melhor estilo carnavalesco que passei minha tarde.
Esta pequena ladeira fica no Largo dos Guimarães, composto de casas simples e lindas, dois cafés culturais e um cinema antigo, uma igreja pequena em estilo gotico aos arredores.... a arquitetura do lugar ajuda a manter um clima quase que irreal.
Lá estava eu, sentada no muro de pedra de uma ladeira de pedras com muitas plantinhas e bem pequeninas entre as pedras e cortes profundos das paredes.. descascadas.
Até onde minha vista alcançava eu via janelas, quintais, foliões descendo do bondinho, a torre de uma casa antiga próxima, fundos de apartamentos que nunca conheceria...
O sol banhava já delicado parte das ruas, ladeiras , montanhas cariocas, tão lindo.
Eu não sei se é por admiração mas todas as janelas que eu lembro tinham plantas e eram sempre muito verdes!
Meio do alto daquele muro, ali sentadinha, um silencio... uma paz, só o barulho de meus amigos falando e me chamando por vezes!
Meus pensamentos passearam por casas, pessoas, fantasias, lembranças, um homem... as pernas brancas se acomodaram ao muro em um conforto só, os pés não demoraram para se apoiar e tudo aquilo se parecia comigo, romântico, bohemio, feliz, detalhadamente belo........respirei... sem mais!


Efterklang - I Was Playing Drums

Monday, February 21, 2011


Era uma ciranda de arlequins, um mais divertido que o outro, e o barulho, a musica, a dança, a rakjia, tudo!
Nessa altura meus dedos e minhas mãos calejavam e a dor que eu sentia já não se fazia onipresente.
A minha memoria, assim como a arte que me faz viver nunca me decepcionáram!
Fui cineasta de toda a alegria minha e alheia, porém há capitulos que prefiro guardar e guardei cada detalhe, a cor dos olhos, a boca, o jeito de olhar, a ultima respiração antes do beijo e o ultimo olhar na janela, a rosa que caia, o cordão adornado com magnifica figura marinha e a multidão cantando Hava Nagila!
Será mesmo que tens um filho?
Ou é apenas eu que fiz nascer a corda que me prende tão fortemente a armadilha desse arlequim?
Filme isto se puder
A imagem viva de algo que ficou incandecente, inseguro e que eu nem sei por que!

Monday, January 31, 2011


Eis aqui o retorno rápido da pseudo escritora falando sobre as demais melozidades da vida...
óbvio que me baseio no romantismo, no quase impossivel e outras melozidades para sobreviver...
É tentando fazer um poema urbano, ou uma prosa real, carnal que penso poder esclarecer da melhor forma quem sou eu ! TENTAR NÃO CUSTA!

Faz tempo que não posto porque estava mudando... uma nova fase merece nova linguagem...
e para essa nova linguagem ser boa é preciso estudar , trabalhar e conseguir viver dentro de um quarto sem espelhos no qual é meu único e legitimo canto além da antiga placenta; é claro,
como boa psicanalista eu reflito a relação parental, reflito d+ até...
e nessa punhetação mental toda, reflito, logo angustio, e se angustio, é por que há possibilidades!

Estou lidando com a musica, a dança e a psicologia de formas muito intensas ultimamente... e todas elas juntas tomam meu tempo, meus neurônios, minha cabeça...bom... ao menos eu as escolhi a dedo.
Só os homens que não escolho =/
acho que é normal ao ponto de muitas de nós não percebermos...
quem olhou primeiro?
quem apareceu primeiro, vc? ou ele?
estar com um homem por que ele te nomeou como desejável é tão normal e cômodo para as mulheres que se protegem de arriscar-se a conquistar , trocando tudo pelo seguinte discurso:

"toda mulher gosta de ser amada, desejada, envaidecida, que lhe cubram de carinho" AINDA que vc não o deseje de primeira, nem sinta isso tuuuudo por ele!"

Nelsom Rodrigues sabia o que dizia quando citou que para ESTAR com alguém a mulher precisa se sentir amada/desejada .. logo, não necessariamente amar.....
bem passivo né


Tão passivo que eu cansei!