Saturday, August 10, 2013


O que dizer?
Só conceberei esta ordem na medida que considero parte de mim a resposta, muito mais que isso, seria então dentro dessa lógica de minha responsabilidade, a ação de responder pelo que se traz como questão.
Questão pra quem?
Para mim!
E para qualquer um que se movimente em responder, apoderando para si questões que por mais originais que pareçam, são ao meu ver, históricas e tão velhas como um fio de cabelo na terra.
Contudo há algo mais traiçoeiro nesta condição
Se tomo-me como culpada e, de algum poder, para o estado em que a questão grita por resolução, eu, em meu ego sólido e  com sua visão muito má de mim mesma tomo assim a culpa, na tentativa sem fim de controlar o incontrolável do que me espanta
Crendo então que só depende de mim mudar e morrerei definhando de sede e fome mas com uma convicção que tentava e a certeza de minha insuficiência. Ao menos morri numa cama de certezas feita por mim. Quem poderia julgar?

Ass: Culpa

Thursday, August 8, 2013


O que dizer?
A resposta , acredito eu, é a peça chave do sucesso de qualquer conto, de qualquer texto, poema, quaisquer produções "letristicas"; O objetivo final. A mensagem passa assim invisível através de letras, palavras muito bem posicionadas afim de que quem leia possa contacta um outro, mas de forma silenciosa e extremamente subjetiva.
A escrita, e a leitura ao meu ver é o que há de mais fantasioso dentro de uma sociedade. E se não for, é digno de atenção nesses moldes caricatos; Pois quem me garante que o que eu estou lendo é aquilo que se obstina a escrita, consegue se colocar em espaço e tempo, se é que faz parte das idéias de quem assina embaixo...Escrever é apostar, sobre tudo acreditar que o outro vai ler, vai entender e vai acreditar.
Descordando ou não, aposta-se na atenção do receptor da mensagem.
Nada disso seria possível se nós não acreditássemos fielmente que um pedaço de papel com certos rabiscos posicionados fossem considerados parte do autor; Essa parte do inapreensível do autor, essa parte inapreensível da ideia, inapreensível que de tão que é, precisamos também acreditar que existe e vale transmitir para fora de seus domínios imaginários.
O que se pensa não existe a não ser que seja compartilhado, e a resposta do receptor também não, mas ai já é outra história!

Sunday, August 4, 2013


Para além

Na rua que ninguém vê,

A que não está mais o bandido,

A que não anda os medrosos,

A que não grita camelôs,

A que não chora na passeata,

A que não ascende suas cóleras,

A que só rescende um cheiro de podre e de solidão completa.

Aquela que os ralos e as brumas expõem seus espíritos como numa dimensão só,

Até os ratos já n são tantos.

O que se vê ?

São só errantes que ainda sim não estão, pois estão em outro palácio, estão mergulhados em sua vida particular, ou dormindo, ou sorrindo para além.

Ruídos de baladeiros que são sempre de passagem, são para isso.

Não é nenhuma cidade de interior

Até no meio do mato a bicharada faz mais furdunço

A geada faz mais cor

O cheiro podre, a bruma, a cor cinza e azulada

É só o que completa o vazio qualquer cidade grande às 4:30 da manhã

Todos estão neste momento, de alguma forma, fora dela.

E o que resta ao olhar são restos do que deixamos

É só aquilo de mais concreto que temos.

Cheiro de podre, brumas, alguns poucos ratos, ruas, arranha céus e um sol ainda para despertar.