Saturday, September 14, 2013

Por que eu? Escrevo...
Há algo de protetor nas letras que desenham a folha, que colorem minha tela nesses tempos contemporâneos
Há algo de muito doce em se nutrir um quadrado, com papel de parede, repousando bem delicadamente faiscas de sensações as quais penso eu, poder conceber para fora do território.
a escrita, no silêncio, como muitos gostam de praticar, no momento de reflexão na verdade não há muito de reflexão. Acredito sim, restos da poeira que incomodou o suficiente para render uma escrita decente!
O lado digamos cru, limpo e indecente dos escritos está muito longe daquilo que se escreve; mas ilude-se o leitor ao crer que aquilo bem pensado e orquestrado , material bruto de palavras faz parte do que se quer dizer o intimo escrivão. Só que não!
Pondo no papel, e pra ser bem sincera, é como um e-mail, é como uma conclusão, de um trabalho de semestre, cheio de conteúdo e profundo de sentido, longe porém de qualquer desnudamento.
Contudo o nú...o que seria?
O espaço em branco entre as palavras? aquilo tal que ainda não inventei de vestir de letra, eu, que me visto de palavras e não digo nada.
Eu que me visto de lógica, e não digo nada
Eu que escrevo de dores, amores, desejos, restos das poeiras de conclusões as quais são tudo o que sobra de antigas questões peladas do meu coração
Me visto mulher, de artigo feminino
Posso e faço geralmente analogias de uma espectadora de minhas próprias reflexões, e me distancio de tomar de todo até minhas roupas
O que há então de mais meu neste momento aqui, acredito são meus dedos digitando, e as unhas as quais quero cortar
Isso é claro, é uma visão muito pessoal do modo de escrever e porque se escreve.
Para mim, ainda que superficial, ainda que fazendo poeira de letra uma arte que penso e reflito
Crio, muito mais do que olho para o que já tenho
Pois o que tenho é um corpo nú, um corpo de mulher que vive a me perguntar coisas as quais eu não sei responder.