Friday, August 16, 2013


Elefante

É quase uma nota que me descreve

Vou olhando em passos curtos e modestos, sonhando em passos largos, quase megalomaníacos

Passadas médias um tanto supinadas

E penso a passos de elefante

Sinto em passos de elefante

Vivo e morro teias de significação

Tão longas e profundas quanto a vida desses próprios gigantes

Talvez eu seja um deles

Um eterno mistério grandalhão

Em seus próprios rituais de lealdade e funerais

Vida longa, peregrina e profunda na memória

Deixando, acredito eu, marcas tão fundas

Poças d’água límpida depois da chuva

Onde foi e para sempre na memória

Pegadas largas e profundas

A passos de Elefante!
https://www.youtube.com/watch?v=OCqliOGbbUs&list=PLF5A22A466166C6CD



O que dizer?

Minha sinestesia é aquela que mais grita

Minha informante de mundo palpável e visível

Sensível

Questionável

Indagativo

Subjuntivo

Estereotípico;

Um mundo onde a blablação tem seu lugar de encosto

Onde o chato fica presente perfeito ao lado do desgraçado e covarde mais que perfeito na sala de espera do atendimento.

Eu escuto seus passos,

Eu atendo o telefone

Eu abro as portas, as janelas, os aparelhos de ar e de luz

Eu abro meus ouvidos

Os livros

Os cadernos

Os indispensáveis

Os intransponíveis

Os ablativos

Partitivos

Esquisoilimitaveis


Os blablativos;

ao lado dos mais que perfeitos na sala de espera.

Então abro a porta

Minha sinestesia, onde mora meu coração, ela grita!

Esquento e sinto cheiro, gosto e tato

Fantasio e digo presente;

pro meu informante palpável e visível.

Thursday, August 15, 2013

Nesta terça-feira eu comprovei algo muito bacana, quase banal , como tudo de mais importante no dia a dia. Eu me pus ao lado de minha avó. Eu sentada , ela fazendo um trabalho grande para se manter na mesma posição que eu, não por mim, mas por ela, uma questão de orgulho puro e rebelde impassível (não passivo) de ser contrariado por criatura que viva na terra, no ar, na água e etc... em fim.
Resolvi constatar minha hipótese: minha mão era a dela?
Colocamos as mãos lado a lado e de fato, mesmo tamanho, mesmo formato de dedo, unha, até o dedo médio esquerdo ligeiramente torto.
Uma mão muito enrugada , uma mão lisa
Ficamos um tempo em silencio
Ela olhava
Sorria bem discreta
Manejava minha mão
Colocava ao lado da dela
Se vivia um pouco em mim
Eu em minha fantasia, me antecipava
Na lembrança futura de um dia minha mão ser como a dela
Havia algo de estrutural que era para além dos efeitos do tempo na pele no músculo
Havia muito de estrutural na fantasia
Na constituição
Havia algo de muito perpétuo
Havia algo de muito clã
Havia muito passado pra mim
De muito eterno pra ela
Uns poucos minutos
E assim fizemos nós,
Em nossa investigação,
um sentido tão óbvio como qualquer coisa 
que seja vital.
Mas mais profundo do que eu possa explicar.
Deite-se!.
Durma ...ou não!

http://www.youtube.com/watch?v=kYSLAK82ToE&list=PLF5A22A466166C6CD



It's been sixty days
Since the black sky opened up the food-gates.
Fell down hard on the sun-stained fair-grounds.
Held back any
recollection
of the bloodshed
somehow.
And now
This unending rain
Stopping short on the surface of the watery graves
Is another, even nicer, simpler sort of silence these days.
Don't be so afraid of the insomnia plague.
This is what he wrote in the ripped-up note:
I've become something even less than a ghost.
Even more of a though, I've become a mirage.
I'm the shaky air encircling the flickering flame.
I'm the white wall swallowing the window frame.
Don't be so afraid of the insomnia plague.