Monday, March 17, 2014

Onda de Kanagawa

De uma coisa posso concluir
Nenhuma das minhas teorias sobre o mundo , as pessoas e os relacionamentos se mostraram sinceras !
Nenhuma escapou do crivo de uma correção ortográfica, de um tapete voador
Nenhum dos meus sonhos, medos, conclusões, nada se mostrou tão terrivelmente improvável
Não me lembro de ter antes destes últimos 8 anos  ver minhas conclusões, por tantas vezes virando areia, poeira e escorrendo pelos dedos
E o quanto me vi aquém do que esperava
E o quanto esperava aquém do que diziam
E o quanto aquém da realidade era quilo que eu sonhava, imaginava e fantasiava....
Absolutamente nada foi o que calculei! Chegou quando era torto, sumiu quando era bom, e embotou-se quando era vivo!
Estranho pensar até agora, eu não consegui tirar nenhuma conclusão sobre o que é relacionar-se, o que esperar, onde olhar, o que identificar...
Da minha parte para o externo eu realmente nunca gritei bingo!
Nenhuma cartela repleta de feijões
E sinceramente parecem ainda cartelas de bingo em japonês!
Existe um X, uma símbolo referente a água , um número de 4 à 50600.
E ao fundo, a figura da grande onda de kanagawa, engolindo aqueles barquinhos desesperados e inconsequentes!
O que fazer? Comer feijões durante o dia...
Beber e gritar bingo para os sapatos, os carros, os livros, os amigos, rir de tudo!
Fazer origamis com as antigas cartelinhas, sem que nem de perto entenda o sentido de cada Um deles...
E sair poraí, ainda que sóbria e ereta, como bêbada nas emoções, me escorando nas paredes, rindo de coisas bobas e entregando de vez os pontos ao que não consigo ter!
Me vi na lógica da própria onda de Kanagawa, ela existe, desforme, destrutiva e sem contorno...uma imensa confusão a deriva!
Mesmo assim há quem pinte e revele as formas bonitas e contornos singelos.
Ela está só, nessa onda do pior que se pode ser só