Wednesday, May 20, 2009

Velho marinheiro:
Como de direito , volto para este velho amigo mar
Onde nunca me senti tão inexperiente apesar da experiência
Sinto dizer-te amigo, mas até a maresia me parece nova, com um gozo novo e incontrolável
Humildemente navego menino
Com cuidado para que não se irrite
Com a sensação de que toda onda é nova, cada mínima onda
Cada peixe, cada sinal, cada seqüência de 7 ou 8
Cada vento leste
Cada formato de nuvem
A mercê das conseqüências meteorológicas, munidas de um real que invade
Esse real que invade; confesso que não estou dando conta corretamente
Juro, consolo-me arranjando simbólicos, desenvolvendo imaginários
Mas não é fácil a invasão do tempo!
Natureza:
Tenha piedade deste pobre marinheiro

Monday, May 18, 2009


Metáfora : a culpa do desejo feminino e neurose

Fecho e descolo
Meço minhas palavras, gestos, não reproduzo
Concentro minha atenção à não demonstrar nem responder ao gozo que insiste em achar uma brecha para concretizar-se
Em busca de aliviar muitas tenções passadas,
das quais eu não ainda n tinha nascido;
mas que tenho a ver
Sobre a extensão fálica
do desejo paterno
Recalco muita coisa,
mas descolo
E ainda que busque, busco fora, transfiro o objeto
De objeto em objeto
Algumas coisas são comuns, outras não, e que bom que consigo
descolar , na medida do possível;
de um asujeitamento tão forte;
de ser objeto de desejo e resposta dos desejos dos meus pais
Lutando neuroticamente para não ser engolida
e retornar ao ventre;
ou em meu antigo estado de ‘sua majestade, o bebê’
Angustiando, me colocando no lugar do outro
medindo palavras, frases, gestos
com muita atenção
Será possível ser sujeito agora sem estar a todo o tempo como objeto de desejo?
Será essa uma guerra eterna?
Será que haverá sublimação capaz de dar cabo de toda a angustia?