Para além
Na rua que ninguém vê,
A que não está mais o bandido,
A que não anda os medrosos,
A que não grita camelôs,
A que não chora na passeata,
A que não ascende suas cóleras,
A que só rescende um cheiro de podre e de solidão completa.
Aquela que os ralos e as brumas expõem seus espíritos como
numa dimensão só,
Até os ratos já n são tantos.
O que se vê ?
São só errantes que ainda sim não estão, pois estão em outro
palácio, estão mergulhados em sua vida particular, ou dormindo, ou sorrindo
para além.
Ruídos de baladeiros que são sempre de passagem, são para
isso.
Não é nenhuma cidade de interior
Até no meio do mato a bicharada faz mais furdunço
A geada faz mais cor
O cheiro podre, a bruma, a cor cinza e azulada
É só o que completa o vazio qualquer cidade grande às 4:30
da manhã
Todos estão neste momento, de alguma forma, fora dela.
E o que resta ao olhar são restos do que deixamos
É só aquilo de mais concreto que temos.
Cheiro de podre, brumas, alguns poucos ratos, ruas, arranha
céus e um sol ainda para despertar.
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