Saturday, August 24, 2013



O que dizer?

Sai tão desconcertada com aquilo

Aquela pedra bruta

Um relato chocante

O lado mais frágil de um ser

Como qualquer outro ser

Como certos, que já fui

Mas assim, foi um parto

E eu, em minha posição de pronta escuta

Senti-me doula, parteira de uma força selvagem, contida

O sintoma que saia ensanguentado

Nutrido e alimentado por anos e anos

Finalmente cai no chão e se mostra feio e vivo

E a palavra que para ele pode ser dita

Enquanto o segurava em minhas mãos

O paciente dizia o que queria

E como o não, desejava, mas ainda sim

O reconhecia!


Sai de lá e me entorpeci, bebi!

Cheguei em casa e durante duas horas

Pari seu relato

O monstro então não era mais o mesmo da sessão

Demorei duas horas, parei diversas vezes

Pois este sintoma monstro é humano

E enquanto escrevia ele olhava pra mim

O que me dizia?

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