Sunday, July 14, 2013


Os olhos das sereias

Amarelos e bizarros, grandes, assustadores

Juro! São os olhos mais dilaceradores que já vi

Num pavor animalesco, refletiam aquilo que há de mais além de toda a profundeza que o oceano ainda disfarça

Carregava a verdade de um acaso tão insuportável à conclusão vã do EU, o narcísico

Eram amarelos e enormes, olhavam tudo mas sem perder o foco

Eram 3 beldades bizarras , metade peixe e metade nada

Uma pele viscosa de seios firmes, musculosas e frias,

mas eram bem e tão vivas

Ainda , lá, com aqueles olhos que me olhavam e atravessavam, como se de mim, apenas um pedaço destoante de tudo mais que mudava de cor ou temperatura

Quase não piscavam, mas ainda molhados, captavam a luz que refletia da água e quase me seguei de tanta luz

Era sempre e inevitavelmente mais próximo

Eu não era mais humana, não era mais nada

E antes de meu acaso me engolir, pensei mais um pouco

Fisicamente, frente, agora daqueles olhos bizarros, os quais me deram sem saber mais alguns segundos

Me desfazia do que eu acreditava, já não tinha filosofia pós-moderna ou fé que desse conta de explicar o que, para além, eu era .

E o acaso, molhado de nada e existindo de não sei como, me abateria. Aquilo que fui enquanto desejava.

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