Os olhos das sereias
Amarelos e bizarros, grandes, assustadores
Juro! São os olhos mais dilaceradores que já vi
Num pavor animalesco, refletiam aquilo que há de mais além de toda a profundeza que o oceano ainda disfarça
Carregava a verdade de um acaso tão insuportável à conclusão vã do EU, o narcísico
Eram amarelos e enormes, olhavam tudo mas sem perder o foco
Eram 3 beldades bizarras , metade peixe e metade nada
Uma pele viscosa de seios firmes, musculosas e frias,
mas eram bem e tão vivas
Ainda , lá, com aqueles olhos que me olhavam e atravessavam, como se de mim, apenas um pedaço destoante de tudo mais que mudava de cor ou temperatura
Quase não piscavam, mas ainda molhados, captavam a luz que refletia da água e quase me seguei de tanta luz
Era sempre e inevitavelmente mais próximo
Eu não era mais humana, não era mais nada
E antes de meu acaso me engolir, pensei mais um pouco
Fisicamente, frente, agora daqueles olhos bizarros, os quais me deram sem saber mais alguns segundos
Me desfazia do que eu acreditava, já não tinha filosofia pós-moderna ou fé que desse conta de explicar o que, para além, eu era .
E o acaso, molhado de nada e existindo de não sei como, me abateria. Aquilo que fui enquanto desejava.
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