Friday, August 30, 2013




O que dizer?

O Grito

Estalando nas sentinelas protetoras , auditivas

Que dançam desengonçadas e sem nexo

Ao mínimo sussurro

Mas o que eu falo não é de sussurro

Falo dos calos na garganta

Na inflamação latente, da febre que não se come, não se troca

Do nó

Do irrepresentável

Do que angustia e do que nem isso

Só circula sem se fechar

Daquilo, que nem de letra faz capricho

Que nem de neurose outra se aproveita

Que nem de dúvida se dá ao luxo

Que nem de real se explica

Que força a língua a um lugar subjugado

Que abre, escancara a borda úmida e mal acabada

Rasgando, escapando de sentido como saliva que escorre sem ver

Como berro para além do que se entende como berro

E desencrava o desespero, angustia, dor, loucura, desejo, não de quem berra

Mas, sobretudo neste rasgo de ar e sentido

De quem escuta

Espancando e violando

os ouvidos recalcados.

1 comment:

Unknown said...

Ah! Esses poetas psis... rsrsrs arrasou, karine! mto bom! bjinhus