de mim... a boca do estômago!
Escrever é um desnudamento grande demais para grandes
angustias, momentos esfacelados, questionamentos que só de destino são
avistados, num silencioso acaso. Capaz, no momento de não sair nada mais do que
mão na cabeça, olhos serrados e estômago forte, que brote:
Uma colher de desencantamento de ideias
Uma pitada de desprazer e desgosto
Duas colheres de sopa de falta de paciência
E a mistura de todos os corpos bobos e esguios, para não valer a pena
A comida, sem ser mastigada, é engolida crua
O acaso, no suco gástrico, é desmembrado com dificuldade,
Suas moléculas infinitas e inimagináveis
Na força que o esfíncter emocional tem a lhe oferecer
A comida odiosa e insaciável de todo dia
Não comerei por um tempo até preencher-me de vazio, e
escutar meu corpo chorando de fome?
Ou comendo frutos brutos e mal gerados contradizendo as leis
de sobrevivência
Viverei então mais, e morrerei demais.
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